segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Tema de hoje: Vampiros (PARTE 2)

Vampiros no Cinema:

Provavelmente não passou pela cabeça do irlandês Bram Storker que o seu Drácula influenciaria tanto, e por tanto tempo, a cultura e o comportamento dos jovens ao redor do mundo. Storker não inventou o mito do vampiro, até porque mito não se inventa. Das o seu misterioso personagem serviu de inspiração para o cinema, que acabou desconstruindo, reiventando e popularizando a imagem do vampiro, chegando até a que conhecemos hoje.


Vampiros Mudos e em Preto e Branco:

Curiosamente, a primeira adaptação de Drácula para os cinemas foi uma versão não autorizada. O cineasta alemão F. W. Mumau não conseguiu entrar em acordo com a família Stocker
quanto aos direitos autoriais, mas isso não o impediu de lançar, em 1922, "Nosferatu - Uma Sinfonia do Horror". Bastaram algumas alterações, Conde Drácula transformou-se em Code Orlok e a Inglaterra de 1987 transportou-se para a Bremem alemã de 1938. Entre as sombras e as luzes do expressionismo alemão surgia o primeiro grande vampiro do cinema, interpretado pelo autor Maz Schreck. Até hoje esta versão não oficial e muda de Drácula é consciderada uma das mais assustadoras, principalmente pelo visual nada sedutor do Conde: careca, corcunda, com as orelhas de Mumau e a imagem clássica do personagem são exatamente os dentes. Em vez de caninos, o Conde Orlok apresenta os incisivos salientes. O vampiro, em Nosferatu, é a fiel representação do horror, materializada numa criatura de aparência abominável e sedenta de sangue.

Os Vampiros em Cores da Hammer:

Em 1958 a produtora inglesa Hammer adquiriu os direitos para filmagens de Drácula e dos outros célebres personagens de horror da Universal.
O primeiro grande trunfo do estúdio era uma inovação recém criada chamada technicolor. Finalmente o público veria o vermelho extravagante do sangue das pobres vítimas de Drácula. Procurando atrair ainda mais o público masculino, a Hammer não pensou duas vezes e aumentou as doses de erotismo e sensualidade, inserindo lindas mulheres em decotes quase sempre generosos.
Outra vantagem do estúdio britânico era poder contar com a paisagem do velho mundo como cenário. Enquanto os americanos utilizavam cenários artificiais, a Hammer abusava das tomadas externas, mostrando castelos verdadeiros e belas florestas naturais.
Assim como a Universal projetou os astros Bela Lugosi e Boris Karloff, a Hammer imortalizou os atores Cristropher Lee, como Conde Drácula e Peter Cushing como o caçador de vampiros Dr. Van Helsing. Grande parte do sucesso do novo ciclo de Dráculas do estúdio inglês deveu-se a atuação marcante e enigmática de Lee.
Dentre uma dezena de produções vampíricas, quatro se destacam por marcarem um novo começo para a mitologia do personagem "O Vampiro da Noite" (Horror Of Dracula, 1958), "Drácula - O Príncipe das Trevas" (Dracula - Prince Of Darkness, 1966), "Drácula - O Perfil do Diabo" (Dracula Has Risen From the Grave, 1968) e "O Conde Drácula" (Scars Of Dracula,1970).
Mas nem só de Drácula sobrevivem os vampiros Hammer. O estúdio resolveu adaptar o escritor que segundo os especialistas é a maior influência literária de Bram Stocker, o também irlandês Sheridan LeFanu. Foram três filmes de erotismo ainda mais acentuado, que ficaram conhecidos como a Trilogia (The Vampire Lovers, 1970), " Luxúria de Vampiros" (Lust For a Vampire, 1971) e "As Filhas de Drácula
" (Twins of Evil, 1971).

Nenhum comentário:

Postar um comentário